Myanmar

UNIÃO DE MIANMAR
     Mianmar, antiga Birmánia, fíca as margens do golfo de Bengala, no Sudeste Asiático. O país abriga densas florestas e tem quase 70% da população trabalhando na agricultura. Vales férteis estimulam as plantações, com destaque para o cultivo do arroz e da papoula - da qual se produz o opio. Governado desde 1988 por uma junta militar acusada de violação de direitos humanos, Mianmar é alvo de sanções intemacionais.
DADOS GERAIS ate 2008 :
Área: 676.552 km2. Hora local: +9h30. Clima: tropical com chuvas de monções.
Capital: Nay Pyi Taw.
Cidades: Yangun (4.107.000), Mandaly (924.000) (aglomerado urbana) (2005), Mawlamyine (219.961) (1983).
População: 51,5 milhoes (2007);
Composicáo: birmaneses 69%, chans 9%, karens 6%, raquines 5%, outros 11% (1996).
Idiomas: birmanés (oficial), dialetos regionais.
Religião: budismo 73,3%, crencas tradicionais 11,9%, cristianismo 7,9% (protestantes 5,5%, outros 3,4% - dupla filiacáo 1%). islamismo 2,4%, outras 3,9%, sem religiáo e ateísmo 0,6% (2005).
Ditadura militar desde 1988.
Div. Administrativa: 7 divisões e 7 estados.
Chefe de Estado: general Than Shwe (desde 1992).
Primeiro-ministro: general Thein Sein (desde '2007).
Partidos: Liga Nacional pela Democracia, liga Chan de Nacionalidades pela Democracia.
Legislativo: suspenso desde 1988.
Constituição: Suspensa em 1988.
Moeda: quiate
PIB: US$ 85.2 bilhões* (2006).
Força de trabalho: 27,4 milhoes (2005).
Exérdto: 350 mil;
Marínha: 13 mil;
Aeronautica: 12 mil (2006).

     Existem indicios de ocupacáo humana a regiáo que remontam pelo menos 10 mil anos. A populacáo atual descende de tribos mongóis, que criam um Estado Unificado em 1044, com a fundacáo da dinastia Pagan por Anawrahta, introdutor o budismo no país. A dinastía dura até 287, quando a Birmánia é invadida pelos mongois de Kublai Khan. Fragmentado em pequeños estados, o país so se reunifica em 1752, sób a lideranca de Alangpaya. No século XIX, a Birmánia é dominada pelos británicos e torna-se uma colonia á parte, separada da india, em 1937.
     Durante a II Guerra Mundial, a Birmánia é ocupada pelos japoneses. O fim do conflito da alento a um forte movimento nacionalista, liderado pelo general Aung San, assassinado em 1947. O país torna-se uma república independente em 1948. Um golpe militar em 1962 leva ao poder o general U Ne Win, que renuncia em 1988, pressionado por protestos populares. Chefiada pelo general Saw Maung, uma junta militar toma o poder e reprime protestos, provocando mais de mil mortes. No mesmo ano, a oposicionista Aung San Suu Kyi - fílha de Aung San - volta do exilio na Inglaterra. O nome do país é mudado para Mianmar em junho de 1989. No mes seguinte, Suu Kyi é posta em prisáo domiciliar. O governo assina o cessar-fogo com algumas guerrilhas. Em 1990, a oposição vence as eleições ,  mas a junta ignora o resultado.
     Suu Kyi ganha o Premio Nobel da Paz em 1991. Nesse ano e em 1992, os combates e a repressáo as guerrilhas étnicas resultam no éxodo de miIhares de pessoas. O general Saw Maung é substituido na chefia do Estado pelo general Than Shwe. Cedendo á pressáo internacional, os militares relaxam a prisáo domiciliar de Suu Kyi em 1995. Ela se torna secretária-geral da Liga Nacional pela Democracia, o principal grupo de oposicáo. Em 1997, os Estados Unidos (EUA) decretam embargo contra Mianmar por causa do desrespeito aos direitos humanos, e a Uniáo Européia (UE) suspende os beneficios comerciáis concedidos ao país. Em 2000, Suu Kyi volta a ser confinada em casa.
     Suu Kyi, libertada em 2002, é mais uma vez colocada sob prisáo domiciliar em 2003. Nesse mesmo ano, o general Khin Nyunt passa a ser o primeiro-ministro, cargo até entáo acumulado pelo general Than Shwe. Acusado de corrupcáo, Nyunt é afastado do govemo em 2004 e colocado sob prisáo domiciliar. O primeiro-ministro passa a ser o general Soe Win, um aliado de Shwe.
     Em Janeiro de 2005, a secretaria de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, incluí Mianmar entre os países considerados "postos avançados da tiranía". O 60° aniversario de Suu Kyi, em junho, é marcado por manifestacóes pró-demo-cracia e a favor de sua libertacáo.
     Em novembro, o governo decide mudar a capital de Yangun para a cidade de Pyinmana, no interior do país. Analistas atríbuem a transferencia a dois motivos: proteger o regime em caso de invasáo estrangeira e manter o centro do poder afastado dos principáis centros urbanos, onde a pressáo popular é maior. Em marco de 2006, a nova capital é inaugurada, com o nome alterado para Nay Pyi Taw - cidade real, no idioma birmanés.
     Em agosto de 2007, o aumento de 500% no preço dos combustíveis, repassado aos demais itens da cesta básica, provoca onda de protestos, que logo assumem dimensáo política, ao encampar abandeira da democracia. Os monges budistas, grupo social numeroso e respeitado no país, tém participacáo ativa nas manifestações. Esse envolvimento está relacionado com a situacáo de pobreza em que os religiosos vivem. Os monges sao, em geral, oriundos de familias pobres, que enviam os filhos aos mosteiros por falta de recursos para Ihes fornecer estudo e alimentacáo.
     A partir de setembro, o Exército reprime as passeatas, prendendo e espancando centenas de participantes. As manifestacóes prosseguem e, no dia 24, mais de 100 mil pessoas marcham em Yangun contra o regime militar. No dia 26, o govemo decreta toque de recolher. O Exército dispara contra manifestantes e invade mosteiros. Em dois dias, mais de 6 mil pessoas sao presas, entre as quais 800 religiosos. A escalada de repressáo causa 12 mortes, segundo a versáo oficial, e até 200, de acordó com fontes oposicionistas. Relatório do enviado da ONU ao país, divulgado em dezembro, indica que os mortos sao pelo menos 31. A UE e diversos govemos condenam o uso da violencia e apelam para que o regime respeite os direitos humanos e dialogue com a oposicáo.
     Em outubro, morre o primeiro-ministro, Soe Win, que desde abril estava afastado para tratamento médico. Seu substituto é o general Thein Sein, que ocupava o posto interinamente.
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 Monte Popa